sábado, 3 de novembro de 2007

Semente ao Vento!...

Dedico este meu Blogue a todos aqueles que se interessam por saber mais e gostam de partilhar a sua cultura.
Não sei o que se vai desenvolver a partir deste momento. É como quem atira uma semente ao vento e não sabe onde ela vai parar nem a qualidade da planta que dela vai germinar... se germinar!
Desejo, por isso, a quantos visitem este espaço que colaborem com carinho no seu bom desenvolvimento.
Obrigado a todos...
L.P.

4 comentários:

Anónimo disse...

Não podia passar, sem deixar aqui a minha pegada... e dizer que uma vez que vivemos numa sociedade em que diferem muito os valores quantitativa e qualitativamente, aquele que se abstém de agir fracassa, e aquele que renuncia à recompensa da sua acção eleva-se...
Desejo o maior sucesso para esta tua iniciativa. A tua vontade de arriscar, já me encorajou várias vezes e é por isso que tenho o maior orgulho em ti! Porque me ensinaste que: "se não se aponta, é impossível acertar no alvo". Beijinhos, Martinha

Anónimo disse...

Um dia eu e a Marta fomos á Faculdade de Filosofia de Braga,um professor disse-nos que todos deveriamos escrever um livro... (eu não o vou fazer aqui!!) no entanto vou falar sobre um tema que acho merecedor de debate... a Felicidade!
O objectivo humano é sem duvida a FELICIDADE...no entanto será que realmente algum dia conseguiremos atingir tal grau de satisfação?
Em torno desta questão surge uma complexa problemática-como se não fosse a mente humana o que de mais abstrato existe!!
Será possivel existir a felicidade num mundo onde os conflitos humanos são superiores ao poder do bem, ao poder da razão? Será que me posso reduzir ao meu egocentrismo? Não será felicidade uma palavra homónima?
A nossa realidade torna o Homem céptico, tanto com a felicidade como com todas as nossas acções/sentimentos... muitas vezes deparamos com o nosso coração a palpitar devido a um acidente/morte/guerra...e aí...o que é que realmente sentimos?? Será que algum dia conseguiremos atingir verdadeiramente a felicidade enquanto houver a grande diferença entre o bem e o mal???
Não sei...
Sou feliz...mas enquanto a parte estiver separada do todo, acho que estará em falta qualquer coisa...

Obrigado por este espaço, Graça.

Luís Paulo disse...

Olá Martinha. Sei que é uma profunda injustiça (a qual tu não mereces) só uma semana depois estar a agradecer a tua participação tão pronta no meu blogue. Fiquei muito contente com as tuas palavras. Saber que, de alguma forma, o meu exemplo te serviu de alento, uma vez que fosse, deixa-me profundamente orgulhoso.
Concordo contigo. Embora muita gente possa achar ingenuidade pensar que renunciar à recompensa da sua acção é elevar-se, o tempo lhes dirá o quanto estão longe da verdade.
Vivemos uma época algo conturbada, é verdade, onde impera o materialismo, o individualismo e a anomia social.
Cresci aprendendo que as liberdades de cada um cessam quando colidem com a liberdade do outro. Hoje não é assim; as liberdades individuais fazem-se prevalecer pela força sobre as liberdades do colectivo. Mas como o colectivo é um conjunto de indivíduos, não raro assistimos a discussões e/ou agressões bastante violentas entre pessoas que, sem saberem, minutos depois vão estar dependentes uma da outra (por exemplo, o indivíduo que agride verbalmente outro porque acha que este estacionou indevidamente num local onde aquele se preparava para o fazer e dali a pouco contactam, um que precisa do emprego que o outro tem para lhe oferecer e com o qual sempre ambicionou, e o segundo que lhe dava jeito contratar o jovem dinâmico, criativo e experiente que tem pela frente e minutos antes não lhe chamara filho da virgem).
Mas tenho esperança nas capacidades do ser humano. Quando a necessidade aperta, o Homem consegue sempre encontrar uma solução (a necessidade aguça o engenho). Só temo que, desta vez, possa ser demasiado tarde…
Um beijinho muito grande do Padrinho!...
L.P.

Luís Paulo disse...

Olá Graça,
O que disse para a Martinha aplica-se para ti também. É uma indelicadeza só uma semana depois agradecer a tua primeira intervenção no meu blogue. Digo primeira com toda a convicção pois tenho a certeza, pela forma expedita como escreveste, que não vai ser a última. Parabéns. Vejo que vibras com a problemática da razão e do conhecimento. Estudas filosofia… Só pode, pela torrente de ideias que se entrecruzam, um verdadeiro manancial de palpitações intelectuais.
Escolhendo como tema central a Felicidade acabaste, depois, por formular várias questões donde destaco as seguintes:
• Será que realmente algum dia conseguiremos atingir tal grau de satisfação? (Felicidade);
• Como se não fosse a mente humana o que de mais abstracto existe;
• Será possível existir a felicidade num mundo onde os conflitos humanos são superiores ao poder do bem, ao poder da razão?
• Será que me posso reduzir ao meu egocentrismo?
• A nossa realidade torna o Homem céptico;
Bom, só pela rama (até porque já é bastante tarde) vou falar sobre cada uma dessas questões. Mas prometo que, agora que as elenquei, a elas voltarei mais tarde para, em conjunto, eu, tu e quem mais quiser participar, as debatermos convenientemente.
Antes de começar, porém, devo lembra-te que, para fazer uma autópsia a um cadáver, é imprescindível fazer a sua dissecação. Temos que ter isso em mente antes de começarmos a difícil empresa de tentar construir uma Teoria sobre um assunto: Dissecar, analisar, reconstituir (experimentando) e, então sim, teorizar (mas sempre com muita cautela, se não somos especialistas – pois se até esses se enganam).
Começo pela última questão “A nossa realidade torna o Homem céptico”. A ‘nossa’ realidade não existe, existe sim, realidade; e o Homem não é céptico, o que há é ‘alguns’ homens cépticos. Logo, tenho que dar tempo para que aceites ou refutes estes argumentos antes de prosseguir.
Já que comecei pela última, sigo pela ordem inversa. Perguntas tu: Será que me posso reduzir ao meu egocentrismo? Julgo que não vou errar se interpretar egocentrismo como egoísmo. É isso que te referes? Se é deixa-me dizer-te que daqui arranjamos pano para mangas, isto é, se ao egoísmo opusermos altruísmo e se daqui enveredarmos pelos caminhos da satisfação pessoal que, imperiosamente, nos fará passar pelos domínios (quasi) insondáveis da motivação intelectual (ou sensual?) do altruísta e, uma vez lá chegados, constatarmos que o prazer deste advém do prazer proporcionado aos outros (desinteressadamente?), verificamos que egoísmo e altruísmo são faces da mesma moeda. Que saída nos resta, então?! Vamos deixar também par mais tarde, ok?
Na antepenúltima (Será possível existir a felicidade num mundo onde os conflitos humanos são superiores ao poder do bem, ao poder da razão?) não vou sequer tocar hoje. Fica para outro dia.
A questão seguinte (digo questão apesar de ser uma afirmação pois a ironia que ela contém suscita a discussão) terá que ser reformulada. Ou seja, colocada assim, apraz-me dizer que a ‘mente humana’ enquanto capacidade de produzir pensamentos abstractos não é em si mesma abstracta, é concreta, apesar de, gramaticalmente, ‘mente’ designar um substantivo abstracto (ou nome abstracto, pela nova TLEBS – apesar de congelada). Os frutos da ‘mente humana’, os pensamentos, é que são abstractos. Reformula-me lá essa questão e depois continuamos.
Quanto à questão central, a do topo da lista, para essa já não me resta energia. Já sinto o meu cérebro a ranger, como a carroça do meu avo quando vinha do campo carregada de forragem para o gado.
Fico à espera, deixo-te um beijinho, e agradeço a tua participação.
Até breve,
L.P.