domingo, 31 de agosto de 2008

MIGRANDO
A partir das 00:00 horas do dia 01 de Setembro de 2008 o Eclectíssimo passa a estar a lojado num novo servidor.
Será transferido automaticamente dentro de breves segundos...
Grato pela sua preferência!

domingo, 1 de junho de 2008

Dia Mundial da Criança!

As minhas crianças, a minha vida!...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Ser Amigo...

Acabei de receber uma mensagem algo peculiar. No meu e-mail! Daquelas que nem sempre se recebem porque quando existem motivos para se enviar esses mesmos anulam a necessidade de o fazer.

Ora vejam...

«Ser Amigo...

AMIGO...é linda a palavra não é?
Eu também gosto, gosto muito... se me lembro de um AMIGO, é de Ti de quem me lembro antes de outrem, de quem mais poderia lembrar-me se não de alguém que nem escutar-me precisa para saber antes que fale o que direi ou penso?

Fumando aqui o nosso cachimbo, estou pensando que poderia falar coisas belíssimas acerca de sermos Amigos, mas nós, os AMIGOS, não temos essa necessidade como bem sabes, somos feitos de nem sabemos bem o quê! Não é certamente do calor que deitam estas lascas de folhas de nicotiana tabacum, que ardem rápido mas talvez do aroma que delas resulta, que permanece e dura... mas seja lá do que for, somos AMIGOS! Não somos?

Somos família por afinação ou afinidade ou lá o que é, o que para mim é bem mais que um privilégio, porque nos foi possível a escolha...ou seja, quando estás por perto AMIGO, sinto-me em casa...

Parabéns pelo Teu blog, mas principalmente pelo que És... e Tu ÉS MUITO GRANDE.

Abraço do teu AMIGO:
Rodrigues»

Vá lá a gente saber porquê!...
Obrigado AMIGO, e um grande abraço para ti também
L.P.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

15 de Maio - Dia Internacional da Família!

Hoje, dia 15 de Maio, celebrou-se o 15º Aniversário do Dia Internacional da Família, proclamado em Assembleia Geral das Nações Unidas pela resolução 47/237 de 20 de Setembro de 1993, destacando a importância das famílias como unidades básicas da sociedade.

O Dia Internacional da Famíla promove a reflexão e a discussão acerca do conceito de família nas sociedades do mundo inteiro. Este dia serve também para reflectir sobre os problemas económicos, sociais e culturais que afectam as famílias, sem esquecer o problema do descréscimo demográfico que está a afectar as sociedades ocidentais.

Valerá, ou não, a pena pensar nisto?!...
L.P.

O Poder das Estrelas!...

Não há dúvida que Portugal é rico em cérebros bastante criativos. Uma equipa de jovens profissionais da revista Grande Reportagem conseguem a proeza de, gratuitamente, desenvolver uma massiva campanha publicitária da sua empresa utilizando para tal o nome de uma Organização conhecida por qualquer cidadão do mundo inteiro com mais de três anos – a ONU – e um suposto diplomata Norueguês a quem havia sido incumbido o trabalho de mostrar os problemas que preocuparam o mundo durante o ano de 2004.

E-mails invadiram as caixas de correio nos quatro cantos do mundo; blogues, apresentações Power Point, Vídeos, Youtube, enfim, não haverá, talvez, quem não conheça já este trabalho.

Não obstante o valor da iniciativa, não é, porém, por esse facto que a trago a este espaço. É, outro sim, pela pertinência e actualidade dos conteúdos bem como pela criatividade (mais uma) que esteve subjacente à sua adaptação ao suporte adoptado: a Bandeira Nacional de alguns países que têm estrelas entre os seus símbolos.

Seguem-se as imagens:

ANGOLA

BRASIL

BURKINA FASO

COLÔMBIA

SOMÁLIA

CHINA

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

UNIÃO EUROPEIA

O trabalho intitula-se “O Poder das Estrelas” e lembra-nos que, por diversos motivos, é bom que voltemos a olhar com atenção para as Estrelas.

L.P.

sábado, 10 de maio de 2008

Rio Cáster, Observar, Intervir e Mudar

Sobre o Tema Educação Ambiental, que faz parte do Projecto Curricular de Agrupamento do 5º ano de escolaridade, decorreu no passado dia 7 de Maio, na Escola E.B. 2,3 Fernando Pessoa, em Santa Maria da Feira, uma palestra durante a qual foi apresentado o novo Blogue da escola denominado: http://milescolasriocaster.blogspot.com.

Aqui deixo o convite para que o visitem e nele participem construtivamente.

Obrigado!
Liliana Almeida

sexta-feira, 2 de maio de 2008

A língua mais bonita do mundo é o português!

Numa conferência de imprensa que antecedeu a inauguração da exposição José Saramago – A Consistência dos Sonhos, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, o Nobel da Literatura Português, José Saramago, deixou escapar a seguinte confissão: «Descobri, há pouco tempo, que a língua mais bonita do mundo é o português. Talvez por viver no estrangeiro, comecei a saborear as palavras e a reconhecer a sua beleza melódica.»

Aproveitou também para mandar um recado à comunicação social lembrando-lhes o dever de assumir com seriedade a defesa da língua afirmando: «há uma grande responsabilidade da comunicação social na defesa da língua portuguesa, a de Camões.»

No meu humilde parecer o nosso Nobel esqueceu-se responsabilizar uma classe muito importante da sociedade portuguesa para a preservação (ou morte) da Língua Portuguesa: a dos estudantes.

Com a total globalização da sociedade, com a tão almejada "Aldeia Global" à beira da consecução, que sentido deverá ser atribuído a conceitos como Nacionalidade ou Pátria?!

Fernando Pessoa dizia a esse respeito: «A minha pátria é a Língua Portuguesa».

É que, de facto, nós somos a Língua Portuguesa e esta somos nós, seja Portugal Portugal, Ibéria, Europa, Mundo ou Aldeia Global.

Quando perdermos o respeito pela nossa Pátria, a nossa Língua, perderemos o respeito por nós próprios, pior, perderemos o respeito pelos nossos antepassados, ou pior, perderemos o respeito pelos nossos filhos…

Ai, como eu amo os meus filhos!…
L.P.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

LINKS MUITO ÚTEIS

Caros visitantes,

O Eclectíssimo disponibiliza a partir de hoje uma nova secção.

Trata-se de uma compilação de links de sites/blogues com recursos educativos diversos que eu fui seleccionando como favoritos durante as minhas pesquisas.

A lista será actualizada à medida que for encontrando novos sites/blogues de interesse ou me sejam indicados por amigos e/ou visitantes do Eclectíssimo.

Para aceder a esta nova secção basta clicar no link correspondente, abaixo do "Arquivo do blogue", ou no título que se segue.

LINKS MUITO ÚTEIS

Votos de boa navegação e excelentes resultados nos vossos estudos.

Porque, como dizia Aristóteles, "A cultura é o melhor conforto para a velhice"
L.P.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

LIBERDADE!... com RESPONSABILIDADE!...


















BRAVO!

LIBERDADE já nós temos...

... quando agiremos/viveremos com RESPONSABILIDADE?!...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Dia Mundial do Livro!...







Hoje comemora-se o Dia Mundial do Livro, o nosso melhor amigo. Esta imagem é um presente a mim próprio. Quem, como eu, leu todas estas aventuras na infância, saberá porquê. Tenho-os todos comigo, há precisamente 31 anos, como uma bíblia em 21 volumes.
Votos de Boas Leituras!...
L.P.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Dia Mundial da Terra



O Dia da Terra foi criado em 1970 quando o Senador norte-americano Gaylord Nelson convocou o primeiro protesto nacional contra a poluição. É festejado a 22 de Abril e, a partir de 1990, outros países passaram a celebrar a data.

Sabe-se que a Terra tem em torno de 4,5 biliões de anos e existem várias teorias para o “nascimento” do planeta. A Terra é o terceiro planeta do Sistema Solar, tendo a Lua como seu único satélite natural. A Terra tem 510,3 milhões de km2 de área total, sendo que aproximadamente 97% é composto por água (1,59 biliões de km3). A quantidade de água salgada é 30 vezes a de água doce, e 50% da água doce do planeta está situada no subsolo.

A atmosfera terrestre vai até cerca de 1.000 km de altura, sendo composta basicamente de nitrogénio, oxigénio, árgon e outros gases.

Há 400 milhões de anos a Pangeia reunia todas as terras num único continente. Com o movimento lento das placas tectónicas (blocos em que a crosta terrestre está dividida), 225 milhões de anos atrás a Pangeia partiu-se no sentido este-oeste, formando a Laurásia ao norte e Godwana ao sul e somente há 60 milhões de anos a Terra assumiu a conformação e posição actual dos continentes.

O relevo da Terra é influenciado pela acção de vários agentes (vulcanismo, abalos sísmicos, ventos, chuvas, marés, acção do homem) que são responsáveis pela sua formação, desgaste e modelagem. O ponto mais alto da Terra é o Everest no Nepal/ China com aproximadamente 8.848 metros acima do nível do mar. A Terra já passou por pelo menos 3 grandes períodos glaciais e outros pequenos.

A reconstituição da vida na Terra foi conseguida através de fósseis, os mais antigos que conhecemos datam de 3,5 biliões de anos e constituem em diversos tipos de pequenas células, relativamente simples. As primeiras etapas da evolução da vida ocorreram em uma atmosfera anaeróbia (sem oxigénio).

As teorias da origem da vida na Terra, são muitas, mas algumas evidências não podem ser esquecidas. As moléculas primitivas, encontradas na atmosfera, compõem aproximadamente 98% da matéria encontrada nos organismos de hoje. O gás oxigénio só foi formado depois que os organismos fotossintetizantes começaram as suas actividades. As moléculas primitivas agregam-se para formar moléculas mais complexas.

A prova disso é que as mitocondrias celulares possuem ADN próprio. Cada estrutura era capaz de satisfazer as suas necessidades energéticas, utilizando compostos disponíveis. Com este aumento de complexidade, elas adquiriram capacidade de crescer, de se reproduzir e de passar as suas características para as gerações subsequentes.

A população humana actual da Terra é de aproximadamente 6 biliões de pessoas e a expectativa de vida é em média de 65 anos.

Para mantermos o equilíbrio do planeta é preciso tomar consciência dessa importância, a começar pelas crianças. Não se pode acabar com os recursos naturais, essenciais para a vida humana, pois não haverá como repô-los.

Fonte: http://www.ambientebrasil.com.br/

Planeta Terra

A pérola mais preciosa do Universo

domingo, 20 de abril de 2008

Os dois castores - Fábula de Esopo

Uma das fábulas mais interessantes e menos conhecidas de Esopo conta a história de dois castores que pouco se falavam, mas moravam em rios que corriam paralelos.

Um dia, durante a construção de um enorme dique para conter o rio que teimava em se encher com a água da chuva, o castor do Rio da Direita notou, exausto, que os galhos estavam a terminar. Embaraçado, gritou, então, ao castor do Rio da Esquerda, se ele lhe poderia dispensar um ou dois galhos dos seus.

Voaram dois galhos por cima da sua cabeça, que o castor agoniado tratou de enfiar pelo amontoado de galhos que já começava a mostrar sinal de fraqueza. Desesperado, o castor tratou de ajeitar os galhos aqui e ali, até que, em pânico, perguntou mais uma vez ao castor do Rio da Esquerda se ele poderia dispensar mais dois ou três galhos. Ainda os galhos voavam para o seu lado, e já o castor, nervoso, os encaixava no meio da pilha de galhos que agora tremiam como uma gelatina e estancou, paralisado, à espera do pior.

Muito aflito, gritando por socorro, pela primeira vez na sua vida o castor do Rio da Direita subiu, atabalhoado, a encosta do seu rio e já ia começar a descer correndo para dentro do Rio da Esquerda, quando parou, chocado com o que via.

No Rio da Esquerda havia um outro dique, enorme e resistente, a conter a força da água. Deitado sobre ele, roendo calmamente uma folhinha de árvore, estava o outro castor, que observava as centenas de galhos que haviam sobrado, flutuando à sua frente... Antes que o castor do Rio da Direita se pudesse arrepender de algo, o seu pobre dique rebentou.

Em questão de minutos o rio transbordou, afogando o apavorado castor e cobrindo com enormes ondas o Rio da Esquerda – que engoliu o outro castor, a sua folhinha de árvore e as centenas de galhos que haviam sobrado.

Uma lição que se pode tirar desta história é que... não adianta querer cuidar do seu rio sozinho!

sábado, 19 de abril de 2008

Se eu fosse um padre



Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,
não falaria em Deus nem no Pecado
- muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,

não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições...
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,

Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!

Porque a poesia purifica a alma
... a um belo poema - ainda que de Deus se aparte -
um belo poema sempre leva a Deus!

Mário Quintana (30/07/1906 - 05/04/1994)

Quintana dixit:

"Amigos não consultem os relógios quando um dia me for de vossas vidas... Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida - a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira".

quarta-feira, 16 de abril de 2008

As pessoas sensíveis


(Jesus expulsando vendilhões do templo, Jacob Jordaens. 1650)

As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas

O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra

"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão."

Ó vendilhões do templo
Ó constructores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito

Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem.

Sophia de Mello Breyner Andresen (06/11/1919 - 02/07/2004)

terça-feira, 15 de abril de 2008

Canção do Semeador


(O Semeador, Vincent Van Gogh)

Na terra negra da vida,
Pousio do desespero,
É que o Poeta semeia
Poemas de confiança.
O Poeta é uma criança
Que devaneia.

Mas todo o semeador
Semeia contra o presente.
Semeia como vidente
A seara do futuro,
Sem saber se o chão é duro
E lhe recebe a semente.

Miguel Torga (12/08/1907 - 17/01/1995)

NOTA: Este maravilhoso poema de Miguel Torga podia muito bem ter sido utilizado para ilustrar a abertura do meu Blogue, em "Semente ao Vento!...". Não calhou, então, porque nem tudo lembra, mas aqui vo-lo deixo, hoje. Deliciem-se... e devaneiem!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

E tudo era possível

Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido

Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido

E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer

Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer

Ruy Belo (27/02/1933 – 08/08/1978)

domingo, 6 de abril de 2008

PLANTAREMOS ESTES ARBUSTOS













Plantaremos estes arbustos
que darão flor apenas
daqui a três anos.

Plantaremos estas árvores
que darão fruto um dia,
mas só depois de dez anos.

Não plantaremos jardins de amor,
porque imediatamente
abrem tristeza e saudade.

Não plantaremos lembranças
porque estão desde já e para sempre
carregadas de lágrimas.

Cecília Meireles (07/11/1901 - 09/11/1964)

sexta-feira, 7 de março de 2008

LIBERDADE

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa

Ai que prazer…
L.P.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Comparar o Incomparável!...

Certo dia, numa aula de Filosofia do Ensino Secundário, o nosso professor saca de um objecto do bolso da sua enorme gabardina, levanta-o acima do nível da cabeça, suspendendo-o na ponta dos dedos da sua mão direita em concha dirigindo-se aos alunos:

— O que é isto? – Perguntou-nos o professor.

— É uma maçã! – Respondeu prontamente um aluno.

— E isto o que é? – Tornou o professor, ostentando agora uma bela laranja que retirara de outro bolso da gabardina, desta vez com a mão esquerda, elevando-a da mesma forma ao nível da maçã.

— Uma laranja, já se vê. – Respondeu o mesmo aluno, com espanto.

— Muito bem. E o que é que ambas têm em comum? – Insistiu o professor, com ar desafiador.

— Ambos são frutos… – Arriscou outro aluno, com um leve trejeito de dúvida.

— Certo. E qual deles é o melhor? – Quis saber o professor, ainda sem ninguém compreender qual era a finalidade daquele inquérito tão inusitado quanto aparentemente despropositado.

— É a laranja. – Voltou a responder o primeiro aluno, timidamente.

— E porque é que é a laranja e não a maçã, o melhor destes dois frutos?! Acaso a maçã não presta? – Picava o professor, com um crescente brilhozinho nos olhos.

— Porque eu gosto mais da laranja. – Volveu o aluno, ganhando confiança.

— Porque ‘tu’ gostas mais, dizes. E só por isso? – Dizendo isto pousou os frutos em cima da sua secretária, aguardando uma resposta, pacientemente.

— Sim. Só por isso. É melhor porque gosto mais dela, ou gosto mais dela porque é melhor, não sei bem. – Respondeu o aluno, ao cabo de vários segundos de relexão infecunda.

— Não sabes bem, claro. – O professor sorriu, triunfante.

E voltando-se para a turma, pergunta de novo:

— Todos acham que a laranja é melhor que a maçã? – Perguntou, pegando em cada um dos frutos, erguendo-os à vez, e voltando a colocá-los sobre a mesa pela ordem que os havia erguido.

Uma aluna do fundo da sala levanta-se e, muito corada, afirma:

— Eu acho que a maçã é muito melhor do que a laranja.

— «A maçã é muito melhor do que a laranja». Muito bem. E porquê? – Insistiu o professor.

— Não sei. – Diz a aluna, baixando a cabeça, envergonhada.

— Não sabes porque nunca tinhas pensado no assunto. É a tua preferência gustativa, o teu paladar, que te levam a responder dessa forma e não de outra. O mesmo se passa com o teu colega.
Cada um de vós é um sujeito diferente e, perante a mesma realidade, têm opiniões antagónicas, ou seja, as vossas opiniões são subjectivas porque emanadas do sujeito.
Agora, pergunto-vos a todos: Objectivamente será possível afirmar qual destes dois frutos, laranja ou maçã, é o melhor?

Os alunos começaram a associar este inquérito com a matéria da aula anterior: “Objectividade versus Subjectividade”. As coisas começavam a fazer sentido. As peças do puzzle iam, finalmente, encaixar-se umas nas outras.

Seria possível afirmar objectivamente se a laranja é melhor do que a maçã ou esta melhor do que aquela?!

Um quarto aluno arrisca a sua sorte, sugerindo:

— É possível, Professor, se os estudarmos objectivamente…

Quando nos preparávamos para entrar no raciocínio do colega, enchendo-nos de certezas e abandonando as dúvidas, eis que o professor ribomba um monumental NÃO!... (acompanhado de um violento murro na mesa – não fosse alguém estar distraído – fazendo rolar os frutos que só pararam no chão) NÃO É POSSÍVEL!...

Gelámos… Silêncio de morte… Voltaram as dúvidas…

O professor continuou, trovejante e fulminante:

— A laranja e a maçã são duas peças de fruta mas de espécies diferentes… (pausa prolongada… a luz regressava ao nosso espírito). Não se pode comparar uma laranja com uma maçã porque são frutos de espécies diferentes. Objectivamente é impossível comparar objectos de diferentes domínios. A laranja pertence a um domínio: o das laranjas e a maçã pertence a outro domínio diferente: o das maçãs, logo não é possível estabelecer uma comparação objectiva entre elas porque nem sequer são oponíveis.
...
Trrrrrrrriiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimmmmmmmmmmmmmmmmmmmm...

Infelizmente, as pessoas vivem fazendo comparações ou querendo equiparar-se ou equiparar os seus filhos a outros ou a filhos de outros não se apercebendo que são de estirpes diferentes, logo não são comparáveis porque nem sequer são oponíveis.

A paz interior aumentará exponencialmente se cada um assumir sem reservas a sua individualidade: incomparável e irrepetível.

Esta é uma opinião subjectiva, claro…
L.P.

sábado, 12 de janeiro de 2008

A sabedoria é o alimento do espírito!...

Anda, meu Silva, estuda-m'aleção,
Vêsse-te instruz, rapaj, qu'ainstrução
É dosprito upão!
Ou querch ficar pra sempre inguenorantão?

Poin os olhos no Silva, teu irmão.
Pensas talvês que não le custou, não?
Mas com'é qu'êl foi pdir aumentação
au patrão?

E tinh' rrazão...
Poema de Alexandre O’Neil

«Os animais, que não têm senão o seu corpo para conservar, ocupam-se continuamente na procura de alimentos; mas os homens, de quem a principal parte é o espírito, deveriam empregar os seus principais cuidados na procura da sageza, que é o seu verdadeiro alimento (…)».
René Descartes
E não engorda...
L.P.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

O MONGE E O ESCORPIÃO

Certo dia um Monge tibetano, que passeava nas margens do Rio Bramaputra, reparou num escorpião que caíra à água adivinhando-se-lhe como certa a morte por afogamento nas águas profundas e gélidas do rio. Com pena da pobre criatura, o Monge pegou nela e, com cautela, com toda a gentileza, colocou-a em terra, devolvendo-a ao seu habitat. Enquanto procede ao salvamento, o escorpião afinfa uma valente ferroada no santo homem. E foi ela tão violenta que homem começa a chorar de dor.

Não muito longe dali passava um jovem que observou a cena desde o seu começo. Espantado, deteve-se para ver o desfecho, curioso.

Transido de dor, após a ferroada, o Monge dirige-se ao escorpião nestes termos: – Eu quis salvar-te, e salvei-te. É esta a minha recompensa? Apesar de tudo, cumpri o meu dever.

Ditas estas palavras o homem pôs-se a seguir o animal com o olhar, e qual não é o seu espanto quando o vê dirigir-se de novo para o curso do rio, caindo e afundando-se nele pela segunda vez.
Uns quantos metros atrás o jovem observador continuava a assistir a tudo, sem se mover ou proferir uma palavra. Observava, apenas.

Apesar de ainda não estar totalmente recomposto da dor da ferroada, o Monge não resistiu ao impulso e foi uma vez mais em socorro do escorpião ao mesmo tempo que lhe dirigia as seguintes palavras: – Ah, pobre criatura, uma vez mais o sofrimento te apoquenta. Tenho pena de ti.

Acto contínuo, pegou uma vez mais no escorpião colocando-o em terra firme e segura. Escusado seria dizer que, uma vez mais, o animal ferrou o santo homem que acabava de o salvar da morte certa pela segunda vez consecutiva em poucos minutos. E desta vez a ferroada foi muito mais violenta do que a primeira. O homem gritou bem alto com tão tremenda dor.

Não se contendo mais, o jovem observador abandona a sua vigília e dirige-se ao local entabulando com o Monge o seguinte diálogo:

JOVEM: – Você é um tolo! Ou está louco?! Porque fez isso? Da primeira vez, errou, e da segunda, repetiu o mesmo erro.

MONGE: – Meu amigo, o que posso fazer? A minha natureza é amar, a minha natureza é salvar. A natureza do escorpião é odiar, a natureza do escorpião é ferrar. Eu tenho de seguir a minha própria natureza e o escorpião tem de seguir a sua própria natureza. Não permitirei que a sua natureza altere a minha natureza. Se ele cair à água outra vez, eu tirá-lo-ei, não importando quantas vezes ele venha a cair. Serei picado, chorarei, lamentarei; mas não negarei a minha natureza, que é amar, salvar e proteger os outros.

Ao ouvir estas palavras o jovem ajoelha-se diante do Monge, toca-lhe os seus pés e diz-lhe:

JOVEM: – O senhor é o meu Mestre, o meu Guru. Eu tenho procurado, ansiado por um Guru. Hoje, encontro no senhor o meu verdadeiro Guru. E como sou seu discípulo, de agora em diante, se o escorpião cair ao rio, serei eu quem vai salvá-lo e colocá-lo de volta em terra.

(Ditas aquelas palavras, o jovem discípulo, prosternado, canta uma oração em frente do seu Mestre.)

(Enquanto o jovem cantava, o Monge escutava-o e seguia o escorpião com os seus olhitos atentos. O Guru, agora sentado na margem, observa a cena. Ao cabo de alguns minutos, o escorpião cai outra vez ao rio. O discípulo apressa-se a ir em seu socorro, como prometera ao seu Mestre. Lança-se ao rio, pega no escorpião e põe-o em terra firme, mas o escorpião não o fere. Ao contrário do que havia feito com o velho Monge, por duas vezes, ao jovem discípulo o escorpião não deu uma ferroada.)

JOVEM: – Como pode ser isto, Mestre? Eu não fui ferido. Pensei que eu também seria picado pelo escorpião. O senhor foi ferido impiedosamente duas vezes. Eu não entendo.

MONGE: – Meu bom rapaz, tu não entendes? Tenho que te dizer? Tu acreditarás em mim?

JOVEM: – Por favor, por favor, diga-me. Eu acreditarei no senhor, Mestre.

MONGE: – O escorpião também tem uma alma, e essa alma disse-lhe que, se ele te picasse, ao invés de colocá-lo em terra, tu o matarias imediatamente. O escorpião sabia que tu não aceitarias aquilo, que não irias tolerar a sua ingratidão. De ti, o escorpião não obteve qualquer garantia de segurança. O escorpião não te picou porque sentiu isso. No meu caso, a alma do escorpião sabia que eu jamais o mataria, independente de quantas vezes ele me picasse; eu apenas pegaria nele e o colocaria em terra, para sua segurança.

(No dia-a-dia, as pessoas também lutam, discutem e ameaçam outras apenas quando percebem que os seus opositores são fracos ou não querem lutar. Mas, caso vejam que alguém é mais forte do que elas, então ficam caladas.)

JOVEM: – Mestre, o senhor tem discípulos?

MONGE: – Tenho muitos, muitos discípulos.

JOVEM: – O que é que o senhor faz com eles?

MONGE: – Eu dou e recebo, recebo e dou. Recebo o seu veneno todos os dias, e dou-lhes néctar, em troca. Recebo a sua aspiração e dou-lhes realização. Recebo deles o que eles têm, ignorância, e dou-lhes o que eu tenho, sabedoria. Eles dão-me a garantia da minha manifestação e eu dou-lhes a garantia da sua realização. Nós necessitamos um do outro. Tu precisas de mim para poderes esvaziares-te – esvaziar a tua impureza, imperfeição, obscuridade e ignorância, – em mim. E eu preciso de ti para poder encher-te com o meu todo, com tudo que há no meu interior. Assim é como completarmo-nos um ao outro. A tua natureza é dar-me o que tens: impureza, obscuridade, imperfeição, limitação, apego e morte. A minha natureza é dar-te o que eu tenho: pureza, amor, alegria, luz, beatitude e perfeição. Quando a tua natureza entra na minha natureza e a minha natureza entra na tua natureza, ambos somos totalmente completos.

Assim seja…
L.P.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

domingo, 30 de dezembro de 2007

Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX(I)

Eu não pertenço a nenhuma das gerações revolucionárias. Eu pertenço a uma geração construtiva.”

É desta forma que Almada-Negreiros dá início, há precisamente 90 anos, ao seu «Ultimatum Futurista».

Artista e escritor polifacetado, José de Almada-Negreiros nasceu a 7 de Abril de 1893, em S. Tomé e Príncipe, e morreu a 15 de Junho de 1970, em Lisboa.

Publicou o «Ultimatum» a 17 de Dezembro de 1917 no número único da revista "Portugal Futurista" mas, como o mês de Dezembro só termina amanhã, entendi que ainda está dentro do prazo para assinalar o nonagésimo aniversário da sua publicação.

O texto está impregnado do espírito Futurista, que se iniciara em 1909 com o manifesto de Filippo Tommaso Marinetti publicado na revista Le Fígaro.

Após a sua leitura terão oportunidade de constatar o quanto ele está actualizado. Mais, o quanto as suas palavras são intemporais.

Estive tentado a colocar aqui o texto integral do ULTIMATUM FUTURISTA de Amada-Negreiros. Mas, por dificuldades que se prendem com direitos autoriais, resolvi mudar de estratégia e colocar um ‘link’ que permitirá aos meus digníssimos visitantes ter acesso ao referido documento – excelentemente apresentado por uma belíssima introdução a qual, confesso, traduzindo o meu pensamento eu não conseguiria fazer melhor. Há males que vêm por bem.

Para ler o texto na integra basta clicar aqui ou na imagem seguinte:

"Auto-retrato com Boné", óleo sobre tela
de Almada-Negreiros, c. 1927

Ao soarem as 12 badaladas, assinalando a passagem do ano, beberei uma tacinha de espumante à memória de Almada-Negreiros.

Um voto de esperança no FUTURO.
L.P.

sábado, 29 de dezembro de 2007

MAGIA!...

O Texto que se segue é apenas uma singela, mas merecida, homenagem à minha querida amiga Paula Estela (que seguramente me vai dar uma grande tareia depois deste meu arrojo).

Há uns meses atrás – em Maio de 2007 – visitei e comentei o seu blogue (http://assim_sou_eu.blogs.sapo.pt/) sob o apelido de joca – recomendo a todos que visitem porque vale a pena. Até hoje a Paula não sabia quem era o joca (desconfiava, acho eu, pela maneira de escrever, mas não sabia. Não é para me gabar mas guardar segredos é comigo).

Após uma longa troca de palavras a Paula desafiou-me a colocar um poema no seu blogue. Aceitei o desafio.

Porque o tema é MAGIA, e porque desejo a todos um ano 2008 MÁGICO, transcrevo o comentário que coloquei no blogue da Paula:

«Pedes-me um poema mas eu não sei poetar.
Para tal é necessário ter um coração selvagem, indomável e o meu, coitado, há muito que foi domado pela malvada 'razão'. Pobre coração sensível subjugado pelo carrasco racional. Uma tristeza, enfim.

Mas sugeres-me, igualmente, que posso deixar 'algo' escrito, se quiser. Ora 'algo' é coisa que está mais ao alcance da minha escrita prosaica.

Então, sem querer protagonizar mais um momento de inquietação enigmática, deixo-te estas singelas palavras. 'Algo' simples mas tão carregado de sentimento quanto o meu 'algoz' mo permitiu:

Paula,
Encanta-te a magia?
Óptimo…
Então contenta-te com extasiar-te na contemplação dos seus mistérios…
Não queiras saber como se processam todos os truques de magia pois eles perderão o encanto para ti…
A magia perde-se quando conhecemos o seu truque, a sua técnica.
Magia é dúvida, é sonho, é desconhecido, é aventura, é atrevimento, é um eterno devir;
É potência criadora, acto contínuo, dialéctica racional, emoção desgovernada;
Magia é tudo, é nada, tudo que nasce de nada, o nada em que tudo acaba…
Se não soubermos gozar a magia como ela é e deixá-la onde ela está…
Lá, entendes-me? lá… Se não soubermos, perdemo-la!
A magia deve estar e ser – para não se perder – intocável, insondável, inquestionável…
A magia goza-se, é gozo, é espanto, é surpresa, é medo, é receio, mas é também temeridade, audácia, arrojo, imprudência…
A magia vive-se, é vida, é prazer, é êxtase, é enlevo, é transe, é arroubo de paixão…
Assim és tu… magia perdida… magia renascida…
… MAGIA …»

Agora que revelei a verdadeira verdade (salvo o pleonasmo) à minha amiga Paula Estela, concluo com um desejo. Um enorme desejo:

Que as 00:00 horas do ano 2008 constituam o renascer profícuo da MAGIA no coração de TODOS NÓS.

BOM ANO MÁGICO – 2008


L.P.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Mãos que não dais, o que é que esperais?!...

Está a chegar ao fim o último mês do ano: Dezembro – o mês do Natal. É seguramente o mês mais desejado por todos nós. O ambiente nas ruas não deixa ninguém indiferente. É, por isso, normal que a nossa memória nos traga ao presente recordações do passado.

Há dias, enquanto conversava com os meus pais (que me visitaram para os baptizados da minha filhota Leonor e do meu filhote Leonardo) recordamos algumas peripécias da minha infância.
Uma das histórias mais engraçadas passou-se há muitos anos, embora o protagonista tenha sido o meu irmão. Foi há trinta e poucos anos, por alturas do Natal.

O meu irmão estava naquela idade de teimar que o Pai Natal não existe e eu, agora que penso nisso, sinceramente, nem me aquecia nem me arrefecia, ou seja, não estava nem aí. Vindo as prendas, ficava agradecido e tanto se me dava que as tivesse trazido o Pai Natal ou a Mãe Natal ou a minha mãe ou o meu pai. Tanto se me dava. E se não houvesse prendas também não me afectava. O Natal para mim, mais do que as prendas, era o cheiro do musgo que íamos apanhar ao mato para fazer o presépio; o pinheirinho que escolhíamos e que ao ser cortado largava aquele aroma agridoce da resina fresca e jovem; era o boneco de neve que fazíamos nos campos – por esta altura eu morava em Figueira de Castelo Rodrigo e garanto-lhes que nevava todos os anos pelo Natal – e as boladas de neve que atirávamos uns aos outros no meio de uma algazarra de gargalhadas infantis e inocentes – e algumas imprecações, também, quando alguma bola de neve nos atingia em sítios menos agradáveis –; era o cepo enorme que ardia durante mais de uma semana na eira e à volta do qual todos os vizinhos se juntavam para confraternizar, de noite ou de dia; numa palavra o Natal era, para mim, ALEGRIA E SOLIDARIEDADE.

Naquele ano o meu irmão (mais velho do que eu vinte e sete meses) cismava com a minha mãe que o Pai Natal não existia, que eram os nossos pais que punham as prendas, etc. Andava mal-humorado, desobediente, preguiçoso, refilão. Eram coisas que ele ouvira lá na escola. E não queria fazer figura de parvo ele ‘com aquela idade’ acreditar no Pai Natal quando ‘todos sabiam’ que isso era ‘balela de crianças’.

A minha mãe avisava-o: – Olha que Jesus castiga-te!
Mas ele não fazia caso. Sabia a verdade e pronto. A verdade é que, apesar de toda essa sua nova crença, o meu irmão fez a sua lista de pedidos ao Pai Natal, tal como eu e como nos anos anteriores. Mistérios!... Pois se não acreditava nele, porque lhe endereçou o pedido?! Coisas de crianças…

Na noite de consoada, como todos os anos, deitamo-nos cedo pois não tínhamos o hábito de ir à Missa do Galo. Queríamos era que ele (o galo) se deitasse cedo também, para que madrugasse a cantar a alvorada dando-nos o sinal de que podíamos ir ver as prendas que o Pai Natal nos trouxera. Coisitas sem grande valor, mas prendas de enorme importância. A importância que nós tínhamos para alguém que vinha de tão longe de propósito para nos dar algo, em nossa casa. Em nossa casa, reparem bem, em nossa casa. O Pai Natal não passava pela multidão e atirava as prendas à rebatinha! Não! Ele vinha à nossa casa de propósito para nos entregar as 'nossas' prendas. Essa era a importância, esse era o valor: o da nossa existência.

Não me lembro quais foram as minhas prendas nessa madrugada de Natal. Mas lembro-me da prenda do meu irmão. E ele lembra-se também. Pudera!... Uma cebola! Isso mesmo, uma cebola no sapato! E sem direito a embrulho. Pintou o diabo. Chorou, refilou, atirou com a cebola ao chão com violência, batia o pé, e chamava a minha mãe de 'Má!’ e esta, com a sua calma habitual, esperou que se ele acalmasse e disse-lhe assim:

– Olha, meu filho, eu avisei-te. Eu disse-te que Jesus te castigava por não acreditares no Pai Natal. Não me deste atenção e desrespeitaste O Senhor com a tua arrogância. Há um ditado que diz: “Mãos que não dais, o que é que esperais?”.

O meu irmão passou a dar mais ouvidos à minha mãe e a receber de novo prendas no Natal.

Desta lição eu concluo que devemos estar sempre dispostos a dar o melhor de nós sem olharmos a quem. A alegria do nosso semelhante, proporcionada pelas nossas acções, é a melhor dádiva de Deus para nos retribuir...
Desejo a todos um Santo e Feliz Natal
L.P.

sábado, 15 de dezembro de 2007

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Bit Car

Após 14 anos a rumar diariamente à cidade do Porto para trabalhar (e mais 3 na Capital, Lisboa) começo a ficar cada vez mais convencido de que o Mundo vai acabar à Estalada.

As pessoas amontoam-se em grandes aglomerados urbanos atraídos como que por uma irresistível força invisível. Automóveis de alta cilindrada, capazes de atingir velocidades fenomenais de 250 km/h, ficam horas parados ou movendo-se a passo de lesma nas artérias das cidades devido ao congestionamento do tráfego. Os transportes públicos circulam vazios (ou quase) já que é mais cómodo o transporte privado. É que, nos dias que correm, sinal de pobreza não é não ter pão em casa para comer: é não ter carro próprio para levar para o trabalho. O stress toma conta dos citadinos. Impera a anomia social. Por dá cá aquela palha as pessoas insultam-se umas às outras.

Para obviar a esses inconvenientes, Franco Vairani e o MIT – Massachusetts Institute of Technology, desenvolveram um minúsculo e original concetp car capaz de resolver alguns problemas de tráfego nas grandes cidades (e nas pequenas também): o Bit Car.
É um pequeno veículo eléctrico, de dois lugares, que se encarta como os carrinhos de bebé e arruma-se como os carrinhos de supermercado.

Colocados em pontos estratégicos das cidades, como Interfaces Rodoviários, Estações de Metro ou Comboio, Portos e Aeroportos, Centros Comerciais e Hipermercados, Parques de Lazer e CBD – Central Business District (comummente conhecido por “Baixa”, nas nossas cidades) seriam uma enorme ajuda para diminuir a entrada de veículos particulares nas cidades e reduzir (ou eliminar completamente) o congestionamento do tráfego citadino.
É só entrar no veículo que estiver mais próximo, introduzir um cartão de crédito ou débito e arrancar.


Clique na Imagem abaixo e observe um pequeno Video para ver se fica convencido(a).

(Interior do Bit Car)

Espero que estas pequenas maravilhas cheguem a Portugal antes de me reformar. É que à estalada não me safo!...
L.P.

P.S.: Imagens e autorização gentilmente cedidas por:
Franco Vairani
Massachusetts Institute of Technology
77 Massachusetts Ave.
Room 10-491M
Cambridge, MA 02139
USA