domingo, 30 de dezembro de 2007

Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX(I)

Eu não pertenço a nenhuma das gerações revolucionárias. Eu pertenço a uma geração construtiva.”

É desta forma que Almada-Negreiros dá início, há precisamente 90 anos, ao seu «Ultimatum Futurista».

Artista e escritor polifacetado, José de Almada-Negreiros nasceu a 7 de Abril de 1893, em S. Tomé e Príncipe, e morreu a 15 de Junho de 1970, em Lisboa.

Publicou o «Ultimatum» a 17 de Dezembro de 1917 no número único da revista "Portugal Futurista" mas, como o mês de Dezembro só termina amanhã, entendi que ainda está dentro do prazo para assinalar o nonagésimo aniversário da sua publicação.

O texto está impregnado do espírito Futurista, que se iniciara em 1909 com o manifesto de Filippo Tommaso Marinetti publicado na revista Le Fígaro.

Após a sua leitura terão oportunidade de constatar o quanto ele está actualizado. Mais, o quanto as suas palavras são intemporais.

Estive tentado a colocar aqui o texto integral do ULTIMATUM FUTURISTA de Amada-Negreiros. Mas, por dificuldades que se prendem com direitos autoriais, resolvi mudar de estratégia e colocar um ‘link’ que permitirá aos meus digníssimos visitantes ter acesso ao referido documento – excelentemente apresentado por uma belíssima introdução a qual, confesso, traduzindo o meu pensamento eu não conseguiria fazer melhor. Há males que vêm por bem.

Para ler o texto na integra basta clicar aqui ou na imagem seguinte:

"Auto-retrato com Boné", óleo sobre tela
de Almada-Negreiros, c. 1927

Ao soarem as 12 badaladas, assinalando a passagem do ano, beberei uma tacinha de espumante à memória de Almada-Negreiros.

Um voto de esperança no FUTURO.
L.P.

1 comentário:

Thor disse...

Atentamente, eu confesso que me agrada esta "visita a Almada", mas confesso também que gosto mais, muito mais da Sara.
O que é que tem uma coisa a haver com outra? – dirás?!
Sara Afonso (1899-1983), pintora e ilustradora portuguesa era a fiel companheira do Almada.

Como mulher amou e dedicou-se de corpo e alma ao seu Almada, à sua família.
Almada poderá ter realizado inúmeros trabalhos, talvez de maior importância artística do que os da Sara, mas Sara foi o suporte, o regaço, a almofada com que o Almada sempre contou.
A importância do Almada, se a têm, deve-a também à mulher que o amou e que apesar de ser artista, investiu na família, no Almada como a sua grande obra-prima.
O amor tem destas coisas, que importa a nossa pessoa, ou que poderíamos ter sido?! Aquele ou aquela a quem amamos é sempre mais importante do que nós e sentimo-nos imensamente felizes por ver esse outro feliz.

Compreendo a Sara e quando falam no Almada não poderia deixar de colocar a Sara ao seu lado.